quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

DIVULGAÇAO DE VIDA EXTRATERRESTRE.

Bactéria que vive de arsênico redefine concepção sobre a vida

Elaine Pereira - Estado de Minas

Publicação: 02/12/2010 17:34 Atualização: 02/12/2010 19:04

Imagem divulgada pela NASA, pela Science e pela Associação Americana para o Avanço da Ciência mostra a cepa da bactéria GFAJ A-1  (REUTERS/NASA/Science/AAAS/Handout)
Imagem divulgada pela NASA, pela Science e pela Associação Americana para o Avanço da Ciência mostra a cepa da bactéria GFAJ A-1

Uma descoberta anunciada nesta quinta pela revista Science em parceria com a Nasa muda o conceito de vida como entendida pelos cientistas. O arsênico, composto conhecido por ser venenoso, pode servir de alimento para uma bactéria encontrada por uma equipe de pesquisadores em um lago salgado da Califórnia, nos Estados Unidos.

De acordo com os cientistas, o estudo é fascinante e muda o entendimento sobre os elementos que seriam necessários à vida, como carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Com a descoberta, foi possível comprovar que o arsênico pode substituir o fósforo nas moléculas de uma bactéria que existe na natureza. O organismo não só consegue viver no meio do arsênico, mas também cresce incorporando o elemento ao seu DNA e membranas celulares.

O achado mostra o quão pouco os cientistas sabem sobre a variedade de formas de vida na Terra e deve expandir as pesquisas sobre vida em outros planetas e luas. Com a constatação, os astrobiólogos poderão procurar vida em outros planetas sem olhar apenas para os planetas com o mesmo equilíbrio de elementos que a Terra tem.

A descoberta da equipe da Nasa foi liderada por Felisa Wolfe-Simon, uma ex-cientista do grupo de pesquisas de Anbar, na Escola da Exploração da Terra e do Espaço da Universidade Estadual do Arizona.

Não se trata de uma exceção trivial: o fósforo faz parte da estrutura do DNA e é um componente do ATP, a molécula usada para transportar energia no metabolismo celular. Batizado de GFAJ-1, o novo organismo foi encontrado em sedimentos do Lago Mono, da Califórnia, nos Estados Unidos. O lago é extremamente salgado e conta com níveis elevados de arsênico, um elemento que fica logo abaixo do fósforo na tabela periódica.

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