domingo, 7 de novembro de 2010

LAPA DO MOSQUITO - CURVELO MG.

Realizada nova expedição à Lapa do Mosquito, Curvelo, MG.

Por Felipe Pimenta e Leda Zogbi.

Dando continuidade à primeira etapa de campo ocorrida em novembro de 2008 à Lapa do Mosquito, em Curvelo, MG, nos dias 04 e 05 de abril de 2009 foi realizada mais uma expedição, composta pelos espeleólogos Augusto Auler, Allan Silas Calux, Aline Guerra, Felipe Pimenta, Gabriela Rosário, Leda Zogbi, Roberto Cassimiro e Yuri Stávale. O objetivo desta expedição era dar continuidade à topografia da cavidade que já havia sido mapeada em 700 m de projeção horizontal.

Hospedada nos calcários pretos, oolíticos, com níveis argilosos da Formação Lagoa do Jacaré, a Lapa do Mosquito apresenta significativa sedimentação, tendo sido escavada para extração de salitre e em busca de fósseis pela equipe de Peter Lund. Pela estrada e trilha de acesso à caverna não há qualquer evidencia de carste. Predominam pelitos e os afloramentos de calcário ocorrem apenas na proximidade da cavidade.

As equipes mapearam a continuação da galeria do rio, que segue mais estreita, mas sempre muito meandrante depois das grandes galerias da entrada. Foram avistados alguns patamares superiores que não puderam ser mapeados por falta de tempo e de equipamento apropriado. No final deste percurso de aproximadamente 500 m, após um trecho inundado, repleto de troncos e galhos, foi encontrada uma outra entrada da caverna entre blocos desmoronados, por onde o rio sai da caverna.

Além da galeria do rio, também foram mapeadas galerias superiores que desembocam numa outra entrada da caverna (a mesma avistada pela galeria do rio, e que imaginávamos ser uma clarabóia); por fim, foi mapeado um trecho superior próximo à entrada da caverna, explorado - porém não mapeado – na expedição anterior, contendo originais objetos em ferro, como rodas, marretas, engrenagens, uma leiteira e um cache-pot. Também foi encontrada uma moeda de dois cruzeiros datada de 1946. Os objetos foram devidamente fotografados e deixados no local. É difícil imaginar como e por que esses objetos foram deixados num lugar de tão difícil acesso, já que para chegar nessas salas é preciso escalar um trecho vertical na entrada, depois passar por diversos estreitamentos e um teto baixo, com o chão forrado de pérolas de caverna.

Depois desta etapa de campo, a caverna atingiu a marca de 1400 m mapeados. A topografia ainda não foi esgotada e oportunamente será agendada uma outra expedição.

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Na entrada daLapa do Mosquito. Conduto Principal
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Parada para lanche Topografia
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Sala do Lustres Conduto alagado
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Toncos perto do sifão terminal Leiteira antiga encontrada na galeria superior
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Objetos antigos. Moeda de 1946.

O CRIADOR.

PLANETA SHAN.